Resultados da pesquisa por: O ERÊ

Falange do Erê

Só quem acredita vê Que essa vida é um doce Mesmo se não fosse Eu seria assim Sou menino brincalhão Encontrei a chance Bem ao meu alcance E agarrei pra mim (Eu dou) Viva Cosme e Damião, doum (doum) Viva Cosme e Damião Viva Cosme e Damião O que importa é que a gente miúda …

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O Erê

Prá entender o Erê Tem que tá moleque Uh! Erê, Erê! Tem que conquistar alguém Que a consciência leve… Há semanas Em que tudo vem Há semanas Que é seca pura Há selvagens Que são do bem Há seqüência do filme muda… Milhões de anos luz Podem durar O que alguns segundos Na vida podem …

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Vozes-mulheres – Conceição Evaristo

A voz de minha bisavóecoou criançanos porões do navio.ecoou lamentosde uma infância perdida. A voz de minha avóecoou obediênciaaos brancos-donos de tudo. A voz de minha mãeecoou baixinho revoltano fundo das cozinhas alheiasdebaixo das trouxasroupagens sujas dos brancospelo caminho empoeiradorumo à favela. A minha voz aindaecoa versos perplexoscom rimas de sangueefome. A voz de minha …

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A noite não adormece nos olhos das mulheres – Conceição Evaristo

Em memória de Beatriz Nascimento A noite não adormecenos olhos das mulheresa lua fêmea, semelhante nossa,em vigília atenta vigiaa nossa memória. A noite não adormecenos olhos das mulhereshá mais olhos que sonoonde lágrimas suspensasvirgulam o lapsode nossas molhadas lembranças. A noite não adormecenos olhos das mulheresvaginas abertasretêm e expulsam a vidadonde Ainás, Nzingas, Ngambelese outras …

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A poesia se esfrega nos seres e nas cousas – Adalgisa Nery

Nunca sentiste uma força melodiosaCercando tudo o que teus olhos vêem,um misto de tristeza numa paisagem grandiosaOu um grito de alegria na morte de um ser que queres bem?Nunca sentiste nostalgia na essência das cousas perdidasDeparando com um campo devolutoSemelhante a uma viagem esquecida?Num circo,nunca se apoderou de ti um amargor sutilVendo animais amestrados E logo …

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Indiferente – Júlia Cortines

E vão assim as horas! – Vão fugindoUm após outro os dias voadores,Ao túmulo do olvido conduzindoAs alegrias como os dissabores,O sonho agita as asas multicores,E vai-se e vai-se rápido sumindo,Enquanto a vaga quérula das doresSoluça, e rola pelo espaço infindo…A mim, porém a mim, a mim que importa,A mim, cuja esperança há muito é …

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Eu serei poesia – Jacinta Passos

A poesia está em mim mesma e para além de mim mesma.Quando eu não for mais um indivíduo,eu serei poesia.Quando nada mais existir entre mim e todos os seres,os seres mais humildes do universo,eu serei poesia.Meu nome não importa.Eu não serei eu, eu serei nós,serei poesia permanente,poesia sem fronteiras.– Jacinta Passos (1942), em parte I “Momentos …

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Dois de fevereiro

Dia dois de fevereiroDia de festa no marEu quero ser o primeiroPra salvar Yemanjá Eu mandei um bilhete pra elaPedindo para ela me ajudarEla então me respondeuQue eu tivesse paciência de esperarO presente que eu mandei pra elaDe cravos e rosas vingou Chegou, chegou, chegouAfinal que o dia dela chegou…

Berekekê

Erumbekum BerekekêErumbekum Berekeká Há muitos sóis não te vejoMuitas luas não te beijoTantas estrelas queimandoNos mares do meu desejo Seja fruta todo açúcarE o amargor da realezaPelos ares semeandoEssa estranha natureza Erumbekum BerekekêErumbekum BerekekáAi ai ai belezaAi tambor(amor) ai padecerNão quero chamar em vãoOs nomes do meu querer Cocar de penas, morenaCoração flecha ligieraPrimeira missa …

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Tanto querer

Quando a gente se encontra, cresce no peitoUm gosto de vidaUm sorriso, tanto querer É quando a luz da saudadeAcende de um jeitoSe faz tanto tempo a gente não quer nem saber Agora será como sempreEterno, presenteCerteza que mesmo distante, em nós resistiu Seja luar, amanhecerSaudade vem e vaiAmor é o que me levará a …

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De Teresina a São Luís

Peguei o trem em TeresinaPra São Luís do MaranhãoAtravessei o ParnaíbaAi, ai que dor no coração O trem danou-se naquelas brenhasSoltando brasa, comendo lenhaComendo lenha e soltando brasaTanto queima como atrasaTanto queima como atrasa Bom dia, CaxiasTerra morena de Gonçalves DiasDona Sinhá avisa pra seu DáQue eu tô muito avexadoDessa vez não vou ficar O …

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Matita Perê

Homenagem a (in honor of):Guimarães RosaCarlos Drummond de AndradeMario Palmério No jardim das rosasDe sonho e medoPelos canteiros de espinhos e floresLá, quero ver vocêOlerê, Olará, você me pegar Madrugada fria de estranho sonhoAcordou João, cachorro latiaJoão abriu a portaO sonho existia Que João fugisseQue João partisseQue João sumisse do mundoDe nem Deus achar, Ierê …

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Minha serenata

Nesta rua deserta e calmaNo silêncio da madrugadaEu canto esta serenataPara ti, oh minha amada Não sei estás dormindoOu se estás acordadaSomente com meu violãoOfereço-te essa cançãoNesta noite enluarada Você sabe mulher, você sabeO motivo que vivo cantandoVocê sabe mulher, você sabePorque as vezes canto chorando Meu bem se estás me ouvindoAcenda a luz de …

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Serei teu ioiô

Serei seu Iô IôTu serás minha Iá IáA vida feliz bem longe daquiIremos gozarMas tem duas coisasQue podem impedirE tu a sorrir me perguntarásMeu bem que será?Ora, eu que bem seiTe respondereiA sombra da inveja meu bemOu golpe de azar A vida está infestada de gente maldosaAlém de tudo invejosaNão podem ver um casal ser …

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Gosto serena

Gosto do que sou quando estou com vocêTem gosto de fundo azulO cheiro de água que sintoQuando te encosto Congela o ano em agostoGasto os dias com teu gostoNa minha boca gasta de tantoAmargar Saudade que desgasta a palavraSem degustarA palavra sem degustar a palavraGosto do que fui quando fui com você Que susto foi …

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Sereia Guiomar

A sereia Guiomar, mora em alto marA sereia Guiomar, mora em alto marComo é bonito meu Deus, o canto desta sereiaComo é bonito meu Deus, o canto desta sereia O canto desta sereia, fascinaO canto desta sereia, fascinaO canto desta sereia meu Deus, dominaO canto desta sereia meu Deus, domina Mas fala na beira do …

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Cabocla Tereza

Lá no arto da montanhaNuma casa bem estranhaToda feita de sapéParei uma noite o cavaloPra morde de dois estaloQue ouvi lá dentro batê Apeei com muito jeitoOuvi um gemido perfeitoE uma voz cheia de dô-Vancê Tereza descansaJurei de fazê vingançaPra morde do meu amô Pela réstia da janelaPor uma luizinha amarelaDe um lampião apagandoVi uma …

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Sereno

Sereno da madrugada,Caindo no meu caminho…Na rua abandonadaEu vivo triste, sozinho… Sereno, a minha amadaSe encontra em ontro ninhoE não no meu…Sereno da madrugada,Amigo que deus me deu.

Serenata

Dorme, fecha êste olhar entardecente,Não me escutes, nostálgico, a cantarPois não sei se feliz ou infelizmentenão me é dado, beijando, te acordarDorme, deixa os meus cantos delirantesDorme, que eu olho o céu a contemplara lua que procura diamantespara o teu lindo sonho ornamentarNa serpente de seda dos teus braçosalguém dorme, ditoso, sem saberque eu vivo …

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A vida é um jardim onde as mulheres são as flores

Ao ver o céu estrelas sem sapatoOuvindo o mar tão belo tão profundoSuponho ver num astro debruçadoDeus me apotento jóias deste mundoAlém aponte triste romoreicaCortando os ares cruzam passarinhosPorém minh’alma que também dardejaEnveredou feliz noutros caminhos Deus por certo bem conheceUma jóia que floresceSem a luz do sol sequerSim eu juro com firmezaQue o tesouro …

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O quereres

Onde queres revólver, sou coqueiroE onde queres dinheiro, sou paixãoOnde queres descanso, sou desejoE onde sou só desejo, queres nãoE onde não queres nada, nada faltaE onde voas bem alto, eu sou o chãoE onde pisas o chão, minha alma saltaE ganha liberdade na amplidão Onde queres família, sou malucoE onde queres romântico, burguêsOnde queres …

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Bom é querer bem

Vou sair depressa, Vou sair correndo, Da sua presença meu amor, Sei que vou sofrer, Sem o seu amor, Que é o meu amor, amor. Vou sair depressa, Vou sair correndo, Da sua presença meu amor, Sei que vou sofrer, Sem o seu amor, Que é o meu amor, amor. Mas tudo é natural, Tudo …

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Espere Um Pouco… Um Pouquinho Mais (La Nave Del Olvido)

Espera Não quero ver o lenço branco da partida Não condenemos ao naufrágio nossa vida Por meu amor, por nosso amor, é que eu te peço, ah Espera Ainda tenho em minhas mão a primavera Quero cobrir-te com carícias e quimeras E é por isso que te peço Não me deixe [Refrão]  Espere um pouco, um pouquinho mais Pra que eu te mostre …

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Minha última serenata

Amigo, beba comigoQuero brindar aqui minha desgraçaAmigo, hoje talvezSeja minha última serenata Amigo, hoje é meu diaJá não suporto esta grande dorAmigo, é muito tristeAmar alguém ser ter direito deste amor Amigo, fui enganadoEla jurou me pertencer por toda vidaMas tudo não passou de uma mentiraEla queria arruinar a minha vida Amigo, beba comigoE seja …

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Tango pra Teresa

Hoje, alguém pôs a rodar Um disco de GardelNo apartamento junto ao meuQue tristeza me deu Era todo o passado lindoA mocidade vindoNa parede a me dizerPara eu sofrer Trago a vida agora calmaUm tango dentro d’almaA velha história de um amorQue no tempo ficou Garçom, põe a cerveja sobre a mesaBandoneon, toque de novo que …

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Olhos de Tereza

Os olhos de Tereza tem mar dentro uma represa  Os olhos de Tereza calmos como quem esqueceu a pressa Os olhos Tereza cinco partos seis filhos doze netos  Os olhos de Tereza são secretos novelos novenas novelas.  Os olhos de Tereza põe mesa almoça e janta Mareado de choro os olhos dela alegria e tristeza.  Os olhos de Tereza dizem sim e de jeito nenhum Os olhos de Tereza são dois lagos duas janelas para o mar Navego a …

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Tereza da praia

Oh, Dick!Fala, Lúcio!Arranjei novo amor no LeblonQue corpo bonitoQue pele morenaQue amor de pequenaAmar é tão bom, tão bom!Oh, LúcioEla tem o nariz levantadoOs olhos verdinhos, bastante puxadosCabelo castanhoE uma pinta do lado?É a minha Tereza da praiaSe ela é tua, é minha também!O verão passou todo comigoMas o inverno, pergunta com quem?Então vamosA Tereza …

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Tudo diferente

Todos caminhos trilham pra a gente se verTodas as trilhas caminham pra gente se achar, viuEu ligo no sentido de meia verdadeMetade inteira chora de felicidade A qualquer distância o outro te alcançaErudito som de batidãoDia e noite céu de pé no chãoO detalhe que o coração atenta Todos caminhos trilham pra a gente se …

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Podres poderes

Enquanto os homens exercemSeus podres poderesMotos e fuscas avançamOs sinais vermelhosE perdem os verdesSomos uns boçais Queria querer gritarSetecentas mil vezesComo são lindosComo são lindos os burguesesE os japonesesMas tudo é muito mais Será que nunca faremos senão confirmarA incompetência da América católicaQue sempre precisará de ridículos tiranosSerá, será, que será?Que será, que será?Será que …

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Quase sem querer

Tenho andado dis…traído Impaciente e inde…ciso E ainda estou confuso Só que agora é diferente Estou tão tranquilo E tão contente Quantas chances Desper…di…cei Quando o que eu mais queria Era provar pra todo o mundo Que eu não precisava Provar nada p’ra ninguém Me fiz em mil pedaços P’ra você juntar E queria sempre …

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Sereia

Clara como a luz do sol Clareira luminosa nessa escuridão Bela como a luz da lua Estrela do oriente nesses mares do sul Clareira azul no céu Na paisagem Será magia, miragem, milagre Será mistério Clara como a luz do sol Clareira luminosa Nessa escuridão Bela como a luz da lua Estrela do oriente Nesses …

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Seresta

Meu violão em seresta à luz de um luar A natureza em festa, tudo parece cantar Só eu tristonho na rua, sozinho, sem ninguém Vivo cantando pra lua a canção que é só tua meu querido bem Vivo cantando pra lua a canção que é só tua meu querido bem Porque não vens, não vens …

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Cinderela

Venha de onde vier Chegue de onde chegar Aquele amor que sonhei Virá que eu sei é só esperar Venha de onde vier Chegue de onde chegar Encontrará Cinderela de beijo Mais puro de amor pra lhe dar Cinderela Cinderela Menina moça coração a palpitar Cinderela, eu sou Cinderela E o meu príncipe encantado vai …

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Querelas do Brasil

O Brazil não conhece o Brasil O Brasil nunca foi ao Brazil Tapir, jabuti Iliana, alamanda, alialaúde Piau, ururau, akiataúde Piá, carioca, porecramecrã Jobimakarore Jobim-açu Uô-uô-uô-uô Pererê, câmara, tororó, olerê Piriri, ratatá, karatê, olará! O Brazil não merece o Brasil O Brazil tá matando o Brasil Jerebasaci Caandrades cunhãs, ariranharanha Sertões, Guimarães, bachianaságuas Imarionaíma, arirariboia …

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Meu bem querer

Meu bem querer É segredo, é sagrado Está sacramentado Em meu coração Meu bem querer Tem um quê de pecado Acariciado Pela emoção Meu bem querer Meu encanto Estou sofrendo Tanto, amor E o que é o sofrer Para mim que estou Jurado pra morrer De amor?

Querelas do Brasil

O Brazil não conhece o Brasil O Brasil nunca foi ao Brazil Tapir, jabuti Iliana, alamanda, alialaúde Piau, ururau, akiataúde Piá, carioca, porecramecrã Jobimakarore Jobim-açu Uô-uô-uô-uô Pererê, câmara, tororó, olerê Piriri, ratatá, karatê, olará! O Brazil não merece o Brasil O Brazil tá matando o Brasil Jerebasaci Caandrades cunhãs, ariranharanha Sertões, Guimarães, bachianaságuas Imarionaíma, arirariboia …

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Querência amada

Quem quiser saber quem sou Olha para o céu azul E grita junto comigo Viva o Rio Grande do Sul O lenço me identifica Qual a minha procedência Da província de São Pedro Padroeiro da querência Oh, meu Rio Grande De encantos mil Disposto a tudo pelo Brasil Querência amada dos parreirais Da uva vem …

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Mi vida eres tu

Tenho só um coração Canto a mesma canção Vivo uma velha ilusão Ando pelas ruas esperando Que venha alguma louca Mais louca ainda que eu Alguém como eu Saí de casa a te buscar Cruzei o país a caminhar Desenhei nas ruas um amor Que já não sei se é real Ou se não existe …

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Mulheres

Já tive mulheres de todas as cores De várias idades de muitos amores Com umas até certo tempo fiquei Pra outras apenas um pouco me dei Já tive mulheres do tipo atrevida Do tipo acanhada, do tipo vivida Casada carente, solteira feliz Já tive donzela e até meretriz Mulheres cabeças e desequilibradas Mulheres confusas de …

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Bem-Querer

Quando o meu bem-querer me vir Estou certa que há de vir atrás Há de me seguir por todos Todos, todos, todos o umbrais E quando o seu bem-querer mentir Que não vai haver adeus jamais Há de responder com juras Juras, juras, juras imorais E quando o meu bem-querer sentir Que o amor é …

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Sereia

Eu corro contra o tempo só pra ver você passar cantando ao som do vento pra tentar me conquistar. Uma canção de amor, canção de luau.(2x) Uma sereia anceia ao meu amor e o meu desejo já não é segredo eu quero lhe amar. Uma sereia canta para me conquistar, e ela tem um jeito …

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Superstar Interestelar

Olhando através do tempo Eu posso vislumbrar Seus passos ao relento Sua túnica, seu semblante ao luar As marcas dos seus pés seguindo além Dos rincões da Galiléia Chegando nos arredores de Jerusalém No ermo dos desertos da Judéia Ele não ergueu igrejas nem templos Pra pregar e ensinar Tecia seus ensinamentos e exemplos Nos …

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Homens e Mulheres

Eu gosto de homens e de mulheres E você o que prefere? E você o que prefere? Eu gosto de homens e de mulheres E você o que prefere? E você o que prefere? Homens que dançam tango Mulheres que acordam cedo Homens que guardam as datas Mulheres que não sentem medo Homens de toda …

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Morena Sereia

Morena sereia Que à beira-mar não passeia Que senta na praia e deixa a praia cheia De lindos castelos de areia Cuidado criança Que qualquer dia um tufão Derruba estes teus castelos de esperança E enche de areia o teu coração Se algum dia tu souberes Que o teu nome eu escrevi Entre mais de …

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Sereia da Pedreira

É dose , vê-la pelada e não fazê nada é dose Menina pare com isso antes que eu goze Porra que diabo que eu não faço por um irmão Tentação é vê ela molhadinha na minha frente Fico imaginando seu rabo quente Me dizendo: “Sim! Vem que hoje eu sou só pra você” Ilusão é …

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Te Esperei

Te esperei Vinte e quatro horas ou mais De cada dia que eu vivi Te esperei Mais de sete dias por semana Sem um só dia te trair Te esperei Te esperei mais de nove meses Sem poder parir Te esperei Te esperei mais de doze vezes Doze meses E te esperava Até um novo …

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Eu Mereço

Até que ponto chega a ingenuidade Existem coisas que eu jamais imaginei que iriam acontecer comigo Conclusões que as pessoas tiram sobre algo que eu já tenha feito E essas coisas eu nunca pensei que sequer existiam Um dos meus erros foi não ter me informado Eu deveria ter tomado muito mais cuidado Cuidado com …

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A Diferenca

Liberdade concedidanão me interessaE eu não tenho pressapra conferirNessa altura do campeonatoNão vou mais sair no braçopra ninguém me engolirQuem perdeé quem pregaQuem precisaé quem negaO desconhecidoexceção à regraque confunde e cegaos pobres donos do mundoA diferençaTá na crençaDe quem pensa que pensaE apenas alimentaMeias verdadesMeias atitudesMeias bondadesNada disso me interessae eu não tenho pressapra …

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Lavagem Cerebral

Racismo preconceito e discriminação em geral É uma burrice coletiva sem explicação Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união Mas demonstra claramente Infelizmente Preconceitos mil De naturezas diferentes Mostrando que essa gente Essa gente do Brasil é muito burra E não enxerga um palmo à sua frente Porque se …

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Mulheres de Atenas

Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raça de Atenas Quando amadas se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem imploram Mais duras penas, cadenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Sofrem pros seus maridos Poder e força de …

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O Trem

Uma prece a quem passa, rosto ereto Olhar reto, passo certo pela vida, amém! Uma prece, uma graça, ao dinheiro recebido, Companheiro, velho amigo, amém! Uma prece, um louvor ao esperto enganador Pela espreita e a colheita, amém! Eia! E vai o trem num sobe serra e desce serra, nessa terra Vai carregado de esperança, …

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A música brasileira nos anos 1980

Os anos 80 foram uma época de grande diversidade e evolução na música brasileira, com vários gêneros diferentes se desenvolvendo e ganhando popularidade. Uma das principais tendências da década foi o surgimento e o aumento da popularidade da MPB (música popular brasileira). Artistas como Milton Nascimento, Elis Regina, Gal Costa, Tom Jobim, e João Gilberto, …

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A Música Brasileira nos Anos 1990

Os anos 90 foram uma época de grande diversidade e evolução na música brasileira, com vários gêneros diferentes se desenvolvendo e ganhando popularidade. Um dos principais gêneros que se destacou nesta década foi o pagode, um estilo musical derivado do samba que incorpora elementos de funk, soul e R&B. O pagode tornou-se muito popular entre …

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Uma breve história da música brasileira

A música brasileira tem uma história rica e diversificada, com influências e contribuições de muitas culturas diferentes. A música indígena e africana é uma das principais influências na música brasileira, devido à presença dos índios e escravos africanos no país desde a época colonial. Durante o período colonial, música folclórica e religiosa também desempenharam um …

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O que aconteceu com os prêmios da MTV?

A MTV Brasil premiava artistas através dos prêmios MTV Video Music Brasil, que foi realizado entre 1995 e 2014. Durante esse período, muitos artistas e bandas foram premiados em diferentes categorias, incluindo melhor artista, melhor banda, melhor clipe, entre outros. Alguns dos artistas e bandas que ganharam prêmios incluem: Atualmente a MTV apresenta o prêmio …

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Brilho da lua

O brilho da luaSobre o marA brisa tão friaVem de láMe lembra teu rostoTeu jeito e teu olhar (teu olhar) Quanto estou em teu braçosTeu calorMe aquece, me envolveTeu amorMe faz ver o mundo diferenteAo meu redor Preciso de vocêPra esta cançãoPreciso de vocêPro meu coraçãoMe sinto felizQuando estou ao teu lado (ao teu lado) …

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Flamingos

Me deixe viver ou viva comigoMe mande embora ou me faça de abrigoCalifornia dream com uma dream girlMas não sou gringoCamisa suada estampada de flamingo Me deixe viver ou viva comigoMe mande embora ou me faça de abrigoCalifornia dream com uma dream girlMas não sou gringoCamisa suada estampada de flamingo Entro em você mais do …

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É tudo pra ontem

Talvez seja bom partir do finalAfinal, é um ano todo só de sexta-feira trezeCê também podia me ligar de vez em quandoEu ando igual lagarta, triste, sem poder sair Aqui o mantra que nos traz o centroEnquanto lavo um banheiro, uma louça, querendo lavar a almaNa calma da semente que germinaQue eu preciso olhar minhas …

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Principia

[Pastoras do Rosário]Lá-ia, lá-ia, lá-iaLá-ia, lá-ia, lá-iaLá-ia, lá-ia, lá-iaLá-ia, lá-ia, lá-ia [Emicida]Com o cheiro doce da arrudaPenso em buda, calmoTenso, busco uma ajudaÀs vezes me vem um salmoTira a visão que iluda, é tipo um oftalmoE eu, que vejo além de um palmoPor mim, tu, Ubuntu, algo almoSe for pra crer no terrenoSó no que …

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Realce

Não se incomode, o que a gente pode, podeO que a gente não pode, explodiráA força é bruta e a fonte da força é neutraE de repente a gente poderá Realce, realceQuanto mais purpurina, melhorRealce, realceCom a cor do veludoCom amor, com tudo de real teorDe beleza Realce (realce)Realce (realce)Realce (realce)Realce (realce) Não se impaciente, …

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Coqueiro verde

Em frente ao coqueiro verdeEsperei uma eternidadeJá fumei um cigarro e meioE narinha não veio Como diz leila dinizO homem tem que ser durãoSe ela não chegar agoraNão precisa chegar Pois eu vou me emboraVou ler o meu pasquimSe ela chega e não me vêSai correndo atrás de mim

Me faz bem

Me faz bemEsse jeito de se enroscar,De chegar mansinho e se aninhar,De me fazer seu parMe faz bemEsse jeito bom de gostar,Viajar veredas que são mistério maiorQue o fundo do marBem…Me faz bem,Arrepio de imaginar,Me perder no lume do teu olhar,Respirar, tocarO teu corpo solto no cioMe faz bemSer o velho lobo do marQue não …

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Atrás da Luminosidade

Andar à toa por aíAtrás da luminosidadeDe porta em porta, casa em casaRua em rua, que vontadeDe não ter direção, profissãoNada pra oferecerDe ser que nem balãoSair do chãoPra todo mundo ver Sentindo a força irresistível da cidadeO meu sorriso cheio de felicidadeVendo a moçada bater palma com vontadeAtração e novidade que eu preciso pra …

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Mil perdões

e perdôo por fazeres mil perguntasQue em vidas que andam juntas ninguém fazTe perdôo por pedires perdãoPor me amares demais te perdôoTe perdôo por ligares pra todos os lugares de onde eu vim Te perdôo por ergueres a mãoPor bateres em mim te perdôoQuando anseio pelo instante de sairE rodar exuberante me perder de tiTe …

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Bloco do prazer

Pra libertar meu coraçãoEu quero muito maisQue o som da marcha lentaEu quero um novo balancêO bloco do prazerQue a multidão comentaNão quero oito nem oitentaEu quero o bloco do prazerE quem não vai querer?Mamã mamãe eu quero simQuero ser mandarimCheirando gasolinaNa fina flor do meu jardimAssim como o carmimDa boca das meninasQue a vida …

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Dom de iludir

Não me venha falar na malíciaDe toda mulherCada um sabe a dor e a delíciaDe ser o que éNão me olhe como se a políciaAndasse atrás de mimCale a bocaE não cale na bocaNotícia ruim Você sabe explicarVocê sabe entenderTudo bemVocê está, você é ,Você faz, você quer,Você temVocê diz a verdadeE a verdade, o …

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Avesso – Alice Ruiz

Pode parecer promessamas eu sinto que você é a pessoamais parecida comigoque eu conheçosó que do lado do avesso. Pode ser que seja enganobobagem ou ilusãode ter você na minhamas acho que com você eu me esqueçoe em seguida eu aconteço. Por isso deixo aqui meu endereçose você me procurareu apareçose você me encontrarte reconheço. …

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De mãe – Conceição Evaristo

O cuidado de minha poesiaaprendi foi de mãe,mulher de pôr reparo nas coisas,e de assuntar a vida. A brandura de minha falana violência de meus ditosganhei de mãe,mulher prenhe de dizeres,fecundados na boca do mundo. Foi de mãe todo o meu tesouroveio dela todo o meu ganhomulher sapiência, yabá,do fogo tirava águado pranto criava consolo. …

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Saudação da saudade – Alice Ruiz

Minha saudadesaúda tua idamesmo sabendoque uma vindasó é possívelnoutra vida. Aqui, no reinodo escuroe do silênciominha saudadeabsurda e mudaprocura às cegaste trazer à luz. Ali, ondenem mesmo vocêsabe maistalvez, enfimnos espereo esquecimento. Aí, ainda assimminha saudadete saúdae se despedede mim. Alice Ruiz Autor: Alice Ruiz

Fascínio – Affonso Romano de Sant`Anna

Casado, continuo a achar as mulheres irresistíveis.Não deveria, dizem.Me esforço. Aliás,já nem me esforço.Abertamente me ponho a admirá-las.Não estou traindo ninguém, advirto.Como pode o amor trair o amor?Amar o amor num outro amoré um ritual que, amante, me permito. Affonso Romano de Sant`Anna Autor: Affonso Romano de SantAnna

Beija-flores – Alberto de Oliveira

Os beija-flores, em festa,Com o sol, com a luz, com os rumores,Saem da verde floresta,Como um punhado de flores. E abrindo as asas formosas,As asas aurifulgentes,Feitas de opalas ardentesCom coloridos de rosas, Os beija-flores, em bando,Boêmios enfeitiçados,Vão como beijos voandoPor sobre os virentes prados; Sobem às altas colinas,Descem aos vales formosos,E espraiam-se após ruidososPela extensão …

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Horas mortas – Alberto de Oliveira

Breve momento após comprido diaDe incômodos, de penas, de cansaçoInda o corpo a sentir quebrado e lasso,Posso a ti me entregar, doce Poesia. Desta janela aberta, à luz tardiaDo luar em cheio a clarear no espaço,Vejo-te vir, ouço-te o leve passoNa transparência azul da noite fria. Chegas. O ósculo teu me vivificaMas é tão tarde! …

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Afrodite – Alberto de Oliveira

I Móvel, festivo, trépido, arrolando,À clara voz, talvez da turba iriadaDe sereias de cauda prateada,Que vão com o vento os carmes concertando, O mar, — turquesa enorme, iluminada,Era, ao clamor das águas, murmurando,Como um bosque pagão de deuses, quandoRompeu no Oriente o pálio da alvorada. As estrelas clarearam repentinas,E logo as vagas são no verde …

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Identidade – Jenyffer Nascimento

Cansei de ser uma foto 3×4Acompanhada por uma sequência de dígitos. Cansei de ser númeroNo RG, CPF, Título de EleitorPassaporte, Carteira de Trabalho.A burocracia nunca me enxerga como gente.  Eles não sabem da cor azulQue fui a Bahia e vi Dona Canô na festa de ReisQue choro quando leio a Cor PúrpuraNem que passo as tardes …

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Reféns da metrópole – Jenyffer Nascimento

Não me espereDevo chegar atrasadaComo tantas outras vezes. Este que insiste em me acordarFinge controlar o tempoMas não passa de um objeto amorfoPonteiros em busca de uma identidade. O sol adentra a janelaVivaz como nuncaImpondo obrigações a algunsCriando possibilidades para outros. Buzinas, sirenes, faróisCompõem a poética da manhãNada mais que remetaAo baixo meretrício da noite …

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A coisa pública e a privada – Affonso Romano de Sant`Anna

Entre a coisa públicae a privadaachou-se a Repúblicaassentada. Uns queriam privarda coisa pública,outros queriam provarda privada,conquanto, é claro,que, na provação,a privada, publicamente,parecesse perfumada. Dessa luta intestinaentre a gula pública e a privadaa Repúblicaacabou desarranjadae já ninguém sabiaquando era a empresa públicaprivada públicaoupública privada. Assim ia a rês pública: avacalhadauma rês pública: charqueadauma rês pública, publicamentecorneada, …

A coisa pública e a privada – Affonso Romano de Sant`Anna Leia mais »

Carta aos – Affonso Romano de Sant`Anna

Carta aosMortosAmigos, nadamudouem essência.Os saláriosmal dão para os gastos,as guerras não terminarame há vírus novos e terríveis,embora o avanço da medicina.Volta e meia um vizinhotomba morto por questão de amor.Há filmes interessantes, é verdade,e como sempre, mulheres portentosasnos seduzem com suas bocas e pernas,mas em matéria de amornão inventamos nenhuma posição nova.Alguns cosmonautas ficam no …

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Os desaparecidos – Affonso Romano de Sant`Anna

De repente, naqueles dias, começarama desaparecer pessoas, estranhamente.Desaparecia-se. Desaparecia-se muitonaqueles dias. Ia-se colher a flor ofertae se esvanecia.Eclipsava-se entre um endereço e outroou no táxi que se ia.Culpado ou não, sumia-seao regressar do escritório ou da orgia.Entre um trago de conhaquee um aceno de mão, o bebedor sumia.Evaporava o paiao encontro da filha que não …

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Confissão – Maria Firmina dos Reis

Embalde, te juro, quisera fugir-te, Negar-te os extremos de ardente paixão: Embalde, quisera dizer-te: – não sinto Prender-me à existência profunda afeição. Embalde! é loucura. Se penso um momento, Se juro ofendida meus ferros quebrar: Rebelde meu peito, mais ama querer-te, Meu peito mais ama de amor delirar. E as longas vigílias, – e os negros fantasmas, Que os sonhos povoam, se …

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Meditação – Maria Firmina dos Reis

(À minha querida irmã – Amália Augusta dos Reis)     Vejamos pois esta deserta praia, Que a meiga lua a pratear começa, Com seu silêncio se harmoniza esta alma, Que verga ao peso de uma sorte avessa. Oh! meditemos na soidão da terra, Nas vastas ribas deste imenso mar; Ao som do vento, que sussurra triste, Por entre os leques do gentil …

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Nas praias do Cumam – Solidão – Maria Firmina dos Reis

Aqui na solidão minh’alma dorme; Que letargo profundo!… Se no leito, A horas mortas me revolvo em dores, Nem ela acorda, nem me alenta o peito.No matutino albor a nívea garça Lá vai tão branca doudejando errante; E o vento geme merencório – além Como chorosa, abandonada amante.E lá se arqueia em ondulação fagueira O brando leque do gentil palmar; E lá nas …

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Humanidade – Carolina Maria de Jesus

Depôis de conhecer a humanidadesuas perversidadessuas ambiçõesEu fui envelhecendoE perdendoas ilusõeso que predomina é amaldadeporque a bondade:Ninguem praticaHumanidade ambiciosaE gananciosaQue quer ficar rica!Quando eu morrer…Não quero renasceré horrivel, suportar a humanidadeQue tem aparência nobreQue encobreAs pesimas qualidades Notei que o ente humanoÉ perverso, é tiranoEgoista interesseirosMas trata com cortêziaMas tudo é ipocresiaSão rudes, e trapaçêiros– …

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Ensaio sobre nós – Elizandra Souza

Nossas afinidades Tardes de preciosidades suco de cacau com graviola um samba de Cartola ele fumaça, eu incenso ele melodia, eu silêncio Nossas contendas Resolvemos com oferendas Ervas de benzedura Mordida na cintura Lambida no pescoço Esquecemos do almoço Somos estações do ano Períodos de estiagem Épocas de chuva Uma manhã ele me seduz Uma …

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Do amor – Jenyffer Nascimento

O primeiro homem negro que ameiNão sabia que era negroMas a polícia sabia bem.Tirando os beijos trocados na porta da escolaDemonstração de afeto, coisa rara.Revolta era o sentimento mais comumA maneira de dividir a dorDe dividir a cor. O segundo homem negro que ameiFoi doce, amoroso e companheiroTínhamos o hip-hop como pano de fundoDançamos, vivemos …

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Limite – Adão Ventura

e quando a palavra apodrece num corredor de sílabas ininteligíveis. e quando a palavra mofa num canto-cárcere do cansaço diário. e quanto a palavra assume o fosco ou o incolor da hipocrisia. e quando a palavra é fuga em sua própria armadilha. e quando a palavra é furada em sua própria efígie. a palavra sem …

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Poema essencialista – Adalgisa Nery

Sinto o conteúdo da existência. Procuro ultrapassá-lo com enorme exaltação poética, Rompo as grades do mundo com o espetáculo das formas, Dos sons e das cores. Tudo me afoga em nostalgia de outras eras, De outras vidas que cristalizaram As tendências da minha infância. A utilização das coisas plásticas Altera o equilíbrio da visão. Distribuo …

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Eterno tédio – Adalgisa Nery

Muitas vezes esgotando o meu destino Com o olhar em pranto E o coração pungente como um dobrar de sino, Ouço ruídos seculares que unem como um canto, Crescendo de intensidade, Mergulhando os meus sentidos Na maior profundidade! Muitas vezes, considerando a vida Com desumana indiferença, Por toda a esperança perdida, Pelo abrir de um …

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Eu em ti – Adalgisa Nery

Desejaria estar contigo quando eras no pensamento de Deus, Quando tua mãe te concebeu e te alimentou com sua vida, Desejaria estar contigo na primeira vez que distinguiste as formas, [as cores e os sons, Na tua primeira lágrima eu quisera estar contigo e assim na tua [primeira alegria, Desejaria estar contigo na tua infância …

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Instante – Adalgisa Nery

O espanto abriu meu pensamento Com idioma vindo do delírio, Dos receios indefesos, dos louvores sem raízes, No perdão oferecido sem razão. O espanto abriu meu pensamento Na noite carregada de lamentos Em linguagem universal Fluindo do eco perdido Com passos de presságio amanhecendo. Corpos florindo na pele da terra Acendendo vida nas rosas e …

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Olhando no espelho – Abdias do Nascimento

(Para meus netos Samora, Alan e Henrique Alberto)Ao espelho te vejo negrinhote reconheço garoto negrovivemos a mesma infânciaa melancolia partilhada do teu profundo olharera a senha e a contra-senhaidentificando nosso destinoconfraria dos humilhadosa povoar de terna lembrançaesta minha evocação de FrancaÉramos um só olharnos papagaios empinadosao sopro fresco do entardecerNegrinho garota negravivemos a mesma infâncianos …

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Oriki da Elisa – Abdias do Nascimento

Amor em Saudade    desatado    de carência física    embotadoAmor de amor pleno    tranbordante    música pungente    latejanteLateja amor as têmporas   as taclas teclam amor   agudo punhal inclemente   apunhalando a dorDor do desamor que   não é meu   nem teu   meu é o   bemquerer que não morreu   associado partilhado   na partilha do que …

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Autobiografia – Abdias do Nascimento

EITO que ressoa no meu sanguesangue do meu bisavô pinga de tua foicefoice da tua violação ainda corta o grito de minha avó LEITO de sangue negroemudecido no espanto clamor de tragédia não esquecida crime não punido nem perdoadoqueimam minhas entranhasPEITO pesado ao peso da madrugada de chumboorvalho de fel amargoorvalhando os passos de minha mãena oferta compulsória …

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Abandono – Adalgisa Nery

A exaustão faminta Procura elementos ainda vivos no meu ser Talvez guardados em escuros vácuos Que carrego sem saber. Alimenta-se do sopro das imagens Desenhadas pela minha imaginação Pelo tato dos meus sentimentos, Pelo pânico do desconhecido. Aparece como febre constante dilatando as minhas carnes Descoloridas e sem sabor de vida. A exaustão sobe pelos meus pés, Cobre os meus gestos incipientes, Prende a minha língua, Suga o …

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Canção para dentro – Adalgisa Nery

A canção do corpo é cantada para dentro E a leveza da alegria se transmuda em peso, A brisa adere aos amargos pensamentos Fluindo no sorriso compassivo. Logo, Surgindo de células desamadas Os matizes áureos anoitecem, Pálpebras levantadas vão caindo E nesgas apenas vislumbramos, Geografias em nós morrendo, Oceanos crescendo, ilhas sumindo, Rosas nascendo na …

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Cemitério Adalgisa – Adalgisa Nery

Moram em mim Fundos de mares, estrelas-d′alva, Ilhas, esqueletos de animais, Nuvens que não couberam no céu, Razões mortas, perdões, condenações, Gestos de amparo incompleto, O desejo do meu sexo E a vontade de atingir a perfeição. Adolescências cortadas, velhices demoradas, Os braços de Abel e as pernas de Caim. Sinto que não moro. Sou morada pelas coisas como a terra das sepulturas É habitada pelos corpos. Moram …

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Estigma – Adalgisa Nery

Não receio que partas para longe, Que faças por fugir, por te livrares Da força da minha voz E da compreensão do meu olhar. Não temo que os mares te levem No bojo dos transatlânticos Nem tampouco me amedronta Que em possantes aviões No céu e na terra, Em todos os seres me encontrarás Cortes …

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A um homem – Adalgisa Nery

Quando numa rocha porosa Cansado te encostares E dela vires surgir a umidade e depois a gota, Pensa, amado meu, com carinho, Que aí esta a minha boca. Se teus olhos ficarem nas praias E vires o mar ensalivando a areia Com alegria pensa amado meu Num corpo feliz Porque é só teu. Se descansares …

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Nothing – Patrícia Galvão

Nada nada nada Nada mais do que nada Porque vocês querem que exista apenas o nada Pois existe o só nada Um pára-brisa partido uma perna quebrada O nada Fisionomias massacradas Tipóias em meus amigos Portas arrombadas Abertas para o nada Um choro de criança Uma lágrima de mulher à-toa Que quer dizer nada Um …

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Fala – Orides Fontela

Tudoserá difícil de dizer:a palavra realnunca é suave. Tudo será duro:luz impiedosaexcessiva vivênciaconsciência demais do ser Tudo seráCapaz de ferir. SeráAgressivamente real.Tão real que nos despedaça.Não há piedade nos signosE nem no amor: o serÉ excessivamente lúcidoE a palavra é densa e nos fere(toda a palavra é crueldade)– Orides Fontela, do livro “Transposição”, em “Poesia …

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Mãos – Orides Fontela

Com as mãos nuas lavrar o campo:  as mãos se ferindo nos seres, arestas da subjacente unidade  as mãos desenterrando luzesfragmentos do anterior espelho  com as mãos nuas lavrar o campo:  desnudar a estrela essencial sem ter piedade do sangue. – Orides Fontela, em “Poesia Reunida [1969-1996]”. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006, p. 20. Orides Fontela Autor: Orides Fontela

Dor eterna – Júlia Cortines

O tempo – dizem – apagaO prazer e o sofrimentoSobre eles rolando a vagaSombria do esquecimento.E transforma encantadoresSítios, que tu, Abril, vestesDe uma gaze de esplendores,Em sítios feios e agrestes.E faz germinar nas águas,Que bebe a gandra bravia,O lírio, como das mágoasBrota a flor da alegria.E, no entretanto, contemplo,Extática e dolorosa,Entre os escombros de um …

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Canal – Patrícia Galvão

Nada mais sou que um canal Seria verde se fosse o caso Mas estão mortas todas as esperanças Sou um canal Sabem vocês o que é ser um canal? Apenas um canal? Evidentemente um canal tem as suas nervuras As suas nebulosidades As suas algas Nereidazinhas verdes, às vezes amarelas Mas por favor Não pensem …

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Alma solitária – Júlia Cortines

O que sentias era o que ninguém sentia:– O ódio, o amor, a saudade, a revolta tremenda.Não há ninguém que te ame e te console e entenda.Ninguém compartilhou tua funda agonia.A alma que possuir acreditaste, um dia,Indiferente, vai a trilhar outra senda.Do infinito deserto ergueste a tua tendaEm meio à solidão da paisagem vazia…E ora …

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Anfitrite – Júlia Cortines

(Sobre uma página de Fénelon) Tinta a escama de azul e de oiro, solevandoEm seus brincos a vaga espúmea, pelo bandoDos alegres tritões, que os búzios retorcidosSopram, enchendo o ar de músicos ruídos,Acompanhados, vão os ligeiros golfinhosSeguindo de Anfitrite o carro, que marinhosCorcéis, – que têm na cor cetinosa do peloA brancura da neve e …

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Soledade – Júlia Cortines

Poeta, dentro de ti, desmesurado e arcano,Ou se cava, ou se empola, ou se espedaça o oceanoDe tua alma, que exala um contínuo clamor,– Brados de imprecações e soluços de dor!Nele canta e suspira a lânguida sereiaDo Amor; a Mágoa geme; a Cólera estrondeia;E a essas vozes se prende a dolorida vozDa Saudade, chorando o …

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A um cadáver – Júlia Cortines

Eis-te, enfim, a dormir o teu sono de morte:Semicerrado o olhar, as pupilas serenas,Na atitude de quem nada teme da sorte,Deslembrado do amor e esquecido das penas.Nada pode turbar-te em teu repouso: estalaO raio, a lacerar das nuvens os vestidos;No espaço a luz se extingue, o estampido se cala,Sem vir ferir-te o olhar ou ferir-te …

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Finis – Júlia Cortines

Ouço um surdo, abafado e discorde ruído, Logo após um fragor que pelos ares trona. Qual se dum terremoto o solo sacudido Fosse, em torno de mim tudo se desmorona. O que é feito de vós, altivos monumentos, Que afrontáveis do tempo os inúteis furores, Mergulhando no azul dos largos firmamentos, Mergulhando dos céus nos …

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Por toda parte – Júlia Cortines

Interrogaste a vida: interrogaste o arcano, Misterioso sentir do coração humano; A mesta palidez serena do luar; O murmúrio plangente e soturno do mar; O réptil, que rasteja; o pássaro, que voa; A fera, cujo berro as solidões atroa; A desenfreada fúria insana do tufão; A planta a se estorcer numa atroz convulsão. Interrogaste, enfim, …

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Poesia perdida – Jacinta Passos

Ó! a poesia deste momento que passa,a grande poesia vivida neste instantepor todos os seres da terra,que palpita nas coisas mais simplescomo um rastro luminoso da Belezae, sem uma voz humana para eternizá-la,se perde para sempre, inutilmente…Por que existo, Senhor, quando não posso cantar?– Jacinta Passos (1933?), em  parte I “Momentos de Poesia”, do livro …

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A missão do poeta – Jacinta Passos

No instante inicial da criação,quando o mundo acabava de sairdas mãos de Deus,e quando as coisas todas palpitavam,quentes ainda do seu sopro criador,escutou-se o primeiro cântico, na terra,glorificando o Senhor.Cantao poeta porque seu destino é cantar.Cantar o mesmo canto que irrompeudos lábios do primeiro homem criado,ante a maravilhosa visão da beleza.da esplêndida harmonia universal.Cantar ao …

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Incerteza – Jacinta Passos

Em meu olhar se espelhaa sombra interior de incerteza angustiante.E em minha alma floresce, como rosa vermelhadum vermelho gritante,como o clangor clarim,esta angústia que vive a vibrar dentro em mim.É a minha vida um longo e ansioso esperar,num amor que há de vir.Amor – prazer que é dor e sofrer que é gozar –Amor que …

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O mar – Jacinta Passos

Múrmuro e lento,o mar ao longe se espraia.Geme e brame, ruge e clamao seu tormento,e, soluçando, vem morrer na praia.O mar imenso…Quando eu escuto o seu rumor soturno,fico a cismar.Pensono destino do mar– ser eterno cantor –cantar a sua dor de eterno insatisfeito,cantar o seu sonho infinito desfeito,cantar o mesmo canto que embaloua infância do …

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1935 – Jacinta Passos

Tenso como rede de nervospressentindo ah! novembrode esperança e precipício.Fruto peco.Novembro de sangue e de heróis.Grito de assombro morto na garganta,soluço seco dor sem nome. Ferido.De morte ferido. Como um animal ferido. Lutade entranhas e dentes. Natal.Sangue. Praia Vermelha.Sangue.Sangue. É quase um fioescorrendosangrentotenazpor dentro dos cárceres,nas ilhase nos corações que a esperança guardaram.– Jacinta Passos, …

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Quase uma sonata – Ivan Junqueira

É música o rigor com que te movesà fluida superfície do mistério,os pés quase suspensos, a aéreapartitura do corpo, seus acordes. Espaço e tempo são teu solo. E colhem,não tanto a luz que entornas, mas o pólencom que ela cinge e arroja as coisas mortasalém da espessa morte que as enrola.E música o silêncio que te …

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Ritual – Ivan Junqueira

Fecho as janelas desta casa(seus corredores, seus fantasmassua aérea arquitetura de pássaro)fecho a insônia que inundavameu quarto debruçado sobre o nadafecho as cortinas onde a larvado tempo tece agora sua pragafecho a clara algazarra plácidadas vozes sangüíneas da alvoradafecho o trecho taciturno da tocataa chuva percutindo as teclas do telhadoas sombras navegando pelo pátio    …

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Coco de Pagu – Raul Bopp

Pagu tem os olhos moles uns olhos de fazer doer. Bate-côco quando passa. Coração pega a bater. Eh Pagu eh!Dói porque é bom de fazer doer. Passa e me puxa com os olhos provocantissimamente.Mexe-mexe bamboleiapra mexer com toda a gente. Eli Pagu eh!Dói porque é bom de fazer doer. Toda a gente fica olhando o seu corpinho de vai-e-vem umbilical e …

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XXVII – Jorge de Lima

Há uns eclipses, há; e há outros casos: de sementes de coisas serem outras, rochedos esvoaçados por acasos e acasos serem tudo, coisas todas. Lãs de faces, madeiras invisíveis, visão de coitos entre os impossíveis, folhas brotando de âmagos de bronze, demônios tristes choros nas bifrontes. Tudo é veleiro sobre as ondas íris, condores podem …

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Morte e Vida Severina (trecho) – João Cabral de Melo Neto

— O meu nome é Severino,como não tenho outro de pia.Como há muitos Severinos,que é santo de romaria,deram então de me chamarSeverino de Maria;como há muitos Severinoscom mães chamadas Maria,fiquei sendo o da Mariado finado Zacarias.Mais isso ainda diz pouco:há muitos na freguesia,por causa de um coronelque se chamou Zacariase que foi o mais antigosenhor …

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